Levantamento do PageGroup mostra que as habilidades comportamentais mais valorizadas pelos líderes de grandes empresas da América Latina são trabalho em equipe (47,5%), inteligência emocional (33,8%) e comunicação assertiva (28,8%).Entre as habilidades técnicas mais valorizadas estão ter domínio de um segundo ou terceiro idioma (36,8%), ter domínio de processamento de dados (32,80%) e de análise estatística (32,7%).No Brasil, as habilidades comportamentais mais valorizadas são:inteligência emocional (42,9%)trabalho em equipe (38,4%)comunicação assertiva (31,1%).No restante da América Latina, a habilidade mais valorizada é o trabalho em equipe, aparecendo com maior destaque na Argentina (62,2%), seguida pelo Chile (55,1%), Colômbia (50%), México (45,2%) e Peru, com 36,3%.Os dados fazem parte do levantamento Habilidades 360°, desenvolvido pelo PageGroup, consultoria em recrutamento executivo especializado, que opera com as marcas Page Executive, Michael Page, Page Personnel, Page Outsourcing e Page Interim na região. Participaram do levantamento, realizado em setembro, 3 mil executivos de cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México.Na avaliação dos executivos pesquisados, 78% disseram que ter equilíbrio entre as competências comportamentais e técnicas seria essencial, já que permite às organizações lidarem melhor com momentos de crise e incerteza.Segundo a pesquisa, 80% dos executivos respondentes afirmaram que não contratariam um talento que atenda às competências técnicas, mas não às habilidades sociais exigidas.As habilidades comportamentais mais difíceis de se encontrar no mercado são:a inteligência emocional (57%)comunicação assertiva (42%)resolução de conflitos (38,8%)liderança (33%)De acordo com a pesquisa, as habilidades comportamentais receberão ainda mais relevância depois da crise, já que são importantes para a evolução dos negócios em momentos de instabilidade.Além disso, ainda segundo o levantamento, competências técnicas transversais – úteis às diferentes áreas da empresa – também serão promovidas entre os colaboradores, utilizando como base o pensamento lógico correspondente a uma nova realidade integrada.O domínio de habilidades técnicas e sociais durante os processos seletivos é uma estratégia que 64% das organizações na região estão implementando e que lhes permitem avaliar de forma abrangente o quão adequado é um perfil para uma posição específica.Seguindo essa lógica, o Brasil é o país que mais investe na prática, representando 62,4% das organizações. Na sequência, estão a Colômbia, com 60,6%, e o México, com 59,9%.RedesenhoSegundo Gil van Delft, presidente do PageGroup no Brasil, as transformações provocadas pela Covid-19 estão redesenhando o olhar do mundo do trabalho."Gerenciar com a incerteza, adaptar-se rapidamente e entender a mudança como uma constante são os três principais aprendizados que sociedade, organizações e pessoas tiveram que aprender com a pandemia. Então, nunca foi tão importante entender quais as são as habilidades mais demandadas no novo cenário e como recrutar e selecionar esses talentos ", analisa.Para ele, o cenário reflete a necessidade de os profissionais saberem equilibrar diferentes emoções em meio a imprevistos e dificuldades dos contextos que podem vir a enfrentar.“A inteligência emocional gera um diferencial competitivo, já que favorece um ambiente com menos conflitos e mais racionalidade”, comenta.Dificuldade para encontrar talentosAs empresas continuam enfrentando muitos desafios na hora de contratar, mesmo com o desemprego em alta por conta da pandemia.Entre as dificuldades destacadas pelos executivos para preencher as vagas estão:Para 61%, os candidatos não possuem as competências comportamentais necessárias para assumir a posição;Para 40%, os candidatos não possuem os conhecimentos técnicos exigidos;Para 35%, é a dificuldade de a área de Recursos Humanos encontrar o talento certo e o perfil desejado;Para 24%, os candidatos não têm a experiência necessária.De acordo com Gil van Delft, as companhias devem olhar ainda mais para um conjunto de habilidades técnicas e comportamentais para selecionar o talento apropriado, em meio a um cenário em que a escassez de perfis com essas características é uma constante.Investimento em treinamentosPara desenvolver novos talentos, 52% das empresas da América Latina estão investindo no treinamento de seus funcionários, enquanto 40,4% estão redefinindo o perfil exigido nas vagas e outros 32% estão investindo em melhores processos de recrutamento e seleção para evitar a alta rotatividade devido à contratação de um talento que não acumule habilidades e conhecimentos em diferentes áreas.Falta de orçamento para desenvolver talentosO contexto atual e novas formas de trabalho estão influenciando o dinamismo do mercado. Assim, os modelos de trabalho flexíveis têm maior relevância e o grande desafio da área de Recursos Humanos é investir em contratações mistas, que permitam às empresas terem equipes multidisciplinares e talentos híbridos.O profissional híbrido é aquele que, ao mesmo tempo em que é especialista em um assunto, acumula habilidades e conhecimentos em diferentes áreas. A multidisciplinaridade está sendo cada vez mais valorizada pelas empresas, principalmente após a pandemia, já que sua atuação agrega valor aos diferentes segmentos que compõem a organização. No entanto, dois em cada cinco executivos dizem que encontrar profissionais com tais características é mais difícil hoje do que há 5 anos.Na corrida para desenvolvê-los, os principais desafios que os executivos enfrentam na América Latina são a falta de orçamento nas organizações (48,7%), a falta de tempo (47,2%) e a falta de programas de capacitação e treinamento nas empresas (36,4%).No Brasil, o principal obstáculo é a falta de orçamento (60,9%), seguido da Argentina (56,4%) e do México (50,5%). A falta de tempo é o maior empecilho na Colômbia (58,3%) e no Chile (48,9%). Já no Peru, há falta de programas de capacitação e treinamento nas empresas (43,2%).O estudo ainda aponta que talentos híbridos trazem algumas vantagens competitivas às organizações, destacadas no levantamento, como: lidar melhor com momentos de crise e incerteza (78,7%); obter melhores resultados financeiros (65%); atingir sinergias entre as áreas da empresa (62%); promover a inovação empresarial (38,8%); ter melhor atendimento ao cliente (33%) e adotar novas tecnologias (7%).<br/><b>G1</b>
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