A produção industrial brasileira fechou o ano de 2020 com queda em 12 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam os dados divulgados nesta terça-feira (9).De acordo com o IBGE, dos 12 locais com queda na produção, em sete o recuo foi mais intenso que o total da indústria. Somente Pernambuco, Rio de Janeiro e Goiás registraram crescimento da indústria na comparação com 2019.A queda mais expressiva foi registrada no Espírito Santo. De acordo com o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o baixo desempenho capixaba é explicado pelos segmentos extrativo e metalúrgico.o apresentar os dados da indústria nacional, o IBGE já havia adiantado que o maior impacto na queda do setor partiu do segmento de veículos automotores. Ao divulgar os dados regionalizados, o instituto enfatizou que foi de São Paulo, o maior parque gráfico do país, a principal influência negativa na produção de veículos.A indústria paulista representa, segundo o IBGE, São Paulo, 34% da produção nacional. Por isso, embora não tenha registrado a maior queda entre os 15 locais pesquisados, ela acaba tendo a maior influência no baixo desempenho do setor como um todo.O IBGE enfatizou, ainda, que não foi somente a atividade de veículos que teve resultado negativo em São Paulo ao longo de 2020.“O estado também teve queda na produção de máquinas e equipamentos, principalmente na produção de máquinas para trabalhar matéria-prima na fabricação de pasta de celulose, e também retração na produção de rolamentos para equipamentos industriais”, destacou Almeida.O IBGE ressaltou que o segundo local que mais influenciou a queda no acumulado do ano na produção industrial foi o Rio Grande Sul, também por causa da retração no setor de veículos automotores, com queda na produção de automóveis, autopeças e carrocerias para ônibus. Mas o segmento de couro, relevante na indústria gaúcha, também teve baixo desempenho no ano.“Dentro da indústria gaúcha, temos também o setor de produtos de couro, artigos de viagens e calçados, que é bastante atuante dentro da indústria gaúcha e teve queda na produção de calçados femininos de couro e de material sintético”, apontou o analista da pesquisa.Alimentos puxa alta da indústria pernambucanaDos três locais que fecharam 2020 com saldo positivo, o grande destaque ficou com Pernambuco. Segundo o IBGE, o bom desempenho foi pressionado, sobretudo, pelas atividades de produtos alimentícios.“Houve aumento na produção de açúcar cristal, açúcar VHP e também de açúcar refinado de cana. Já um setor secundário nesse crescimento é o de produção de bebidas, que teve aumento na produção de cervejas e chopes, refrigerantes e aguardente de cana-de-açúcar”, explicou o analista da pesquisa Bernardo Almeida.Os outros dois locais com resultado positivo no acumulado do ano foram Rio de Janeiro e Goiás. Na indústria fluminense, o destaque foi a indústria extrativa. Já na goiana, o bom desempenho também foi puxado pela indústria alimentícia.“A indústria fluminense acaba fechando o ano com um crescimento bem tímido, sendo impulsionado, principalmente, pelo setor extrativo, devido ao aumento na extração de óleos brutos de petróleo e gás natural. Em segundo plano, temos a indústria farmacêutica, com aumento na produção de medicamentos”, apontou o pesquisador.Entre novembro e dezembro, 11 locais tiveram altaNa passagem de novembro para dezembro, a indústria nacional avançou 0,9%, sendo o oitavo mês seguido de alta. Nesta base de comparação, 11 dos 15 locais pesquisados registraram alta da produção.Segundo o IBGE, o resultado positivo disseminado entre as regiões pesquisadas refletiu "em grande medida, a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após a adoção de medidas de combate à pandemia de Covid-19".Espírito Santo e Ceará foram os locais com os melhores resultados na passagem de novembro para dezembro, seguidos por Pará, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.Já Bahia, Amazonas, Pernambuco e Goiás foram os quatro locais com recuo na produção.<br/><b>G1</b>