A alta de 8,17% no preço da gasolina vendida nas refinarias, que passou a valer na última terça-feira, pode não parar por aí. A Ativa Investimentos estima que ainda exista espaço potencial de novo aumento de até 5%, por parte da Petrobras, no curto prazo. É a terceira alta neste combustível apenas em 2021: a primeira ocorreu em 19 de janeiro, com reajuste de 7,60% e a segunda, no dia 27 do mesmo mês (5,05%). Apesar do aumento corresponder ao produto comercializado nas refinarias, os consumidores ainda poderão sentir no bolso. Confira dicas para economizar e entenda como a elevação vai impactar na vida dos brasileiros. Na prática, há diferença entre os valores praticados nas refinarias e os percebidos pelo consumidor final no varejo, de acordo com a Petrobras. "Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis", esclareceu a estatal em nota.De acordo com a Petrobras, os preços praticados têm como referência os valores de paridade de importação. Desta forma, acompanham as variações do valor dos produtos no mercado internacional e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. O custo do combustível sofre impacto com as mudanças no preço do barril de petróleo tipo Brent, no cenário internacional. Vale lembrar ainda que a desvalorização do real frente ao dólar também implica nos reajustes aplicados pela estatal. Devido à falta de controle de preços no varejo, os valores também podem oscilar, "dependendo da margem de comercialização e distribuição de cada localidade; incidência tributária e adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel", ponderou Tiago Sayão, economista e professor do Ibmec RJ.No Município do Rio, o valor da gasolina comum varia entre R$ 4,849 e R$ 5,499. O menor preço foi constatado em um posto do Engenho Novo, na Zona Norte, e os maiores identificados em postos de São Cristóvão, Andaraí e Maracanã, também na Zona Norte. Em média, o produto pode ser adquirido por R$ 5,178 na cidade. Os dados – referentes ao período de 31 de janeiro a 6 de fevereiro – foram obtidos pelo Sistema de Levantamentos de Preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).Ainda conforme o sistema, em relação à gasolina aditivada, o valor apresenta variação entre R$ 4,899 e R$ 5,799 na capital fluminense. Sendo o menor encontrado em um posto no Maracanã e o maior, em Todos os Santos, ambos na Zona Norte. Em média, o item custa R$ 5,327 no Rio.O economista Guilherme Sousa, da Ativa Investimentos, orienta que o motorista pesquise e compare os preços em postos distintos. No entanto, avalie a distância entre os locais para saber se vale a pena. Ele também dá uma dica em relação aos carros com motores flex. "Use a regrinha fundamental: se o preço do álcool for 70% mais barato, ele ainda é válido", ensina.O especialista indica que as promoções podem ser uma boa saída para economizar: "As grandes bandeiras, ou seja, os grandes postos têm planos de fidelidade. Se você usa o combustível com frequência, vale a pena buscar um programa de fidelidade, porque, com certeza, conseguirá desconto", aconselha Sousa.Segundo Sayão, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2021, ou seja, nos últimos dez anos, houve um aumento de 82,19% no preço médio. Já no período de janeiro de 2017 e janeiro de 2021, o aumento foi de 27,22%. Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2020, o preço médio se elevou em 4,99%. "A elevação do preço da gasolina afeta àqueles que possuem automóveis, principalmente, os trabalhadores que tem como ocupação principal o serviço de transporte por aplicativos e/ou realizam serviços de entrega – delivery", indica Sayão.Os consumidores ainda podem ficar no prejuízo ao comprar mercadorias. "Se existe um aumento no preço do combustível, não só da gasolina, mas também do diesel, pode impactar no valor do frete, até as mercadorias chegarem às prateleiras. Se eleva o frete, custo de locomoção, acaba aumentando o preço do produto", esclareceu o economista Guilherme Sousa.O economista Tiago Sayão explicou que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também é impactada pela elevação do preço da gasolina. O especialista avalia que com esse novo aumento, haverá uma pressão de alta na inflação para o próximo mês. Segundo ele, dentre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o índice, a gasolina afeta os transportes."Considerando o resultado divulgado no dia 9 de fevereiro, o IPCA foi de 0,25% em janeiro sendo que os combustíveis (2,13%), por sua vez, apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a gasolina (2,17%). Outro fator relevante é a utilização do IPCA como indexador-base para reajuste de contratos, como de aluguel, podendo ser afetados – de forma indireta – pela alta da gasolina", esclareceu Sayão.<br/><b>O Dia</b>
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