Depois de um leve recuo que interrompeu quatro semanas seguidas de alta, o desemprego diante da pandemia do novo coronavírus voltou a crescer. É o que aponta o levantamento divulgado nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).De acordo com o IBGE, 12.428 milhões de pessoas estavam desempregadas na quarta semana de junho, 675 mil a mais que na semana anterior. Já na comparação com a primeira semana de maio, o contingente de desempregados no país aumentou em cerca de 2,6 milhões de pessoas – uma alta de 26% no período em sete semanas.Ainda de acordo com o IBGE, o nível de ocupação no país ficou em 48,5%, com queda tanto na comparação com a semana anterior (49,3%) quanto à primeira semana de maio (49,4%).O levantamento foi feito entre os dias 21 e 27 de junho por meio da Pnad Covid19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil.Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.Na última divulgação, a Pnad Contínua mostrou que, entre abril e maio, cerca de 7,8 milhões de postos de trabalho foram fechados no Brasil, chegando 12,7 milhões o número de desempregados no país. Os dados de junho serão divulgados pelo IBGE no dia 27 de julho.Informalidade estávelDe acordo com o IBGE, 28,4 milhões de pessoas ocupadas trabalhavam na informalidade na quarta semana de junho, número que ficou estável na comparação com a semana anterior. Já quando comparado com a primeira semana de maio, esse contingente teve queda de 5% – eram 29,9 milhões de trabalhadores informais no começo do levantamento.O IBGE considera como trabalhador informal aqueles empregados no setor privado sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e empregadores sem CNPJ, além de pessoas que ajudam parentes.Segundo o IBGE, é pela informalidade que o mercado de trabalho brasileiro tem se sustentado. Sem a criação de vagas de empregos formais, é por esta via que os brasileiros têm conseguido se manter ocupados.A da taxa de informalidade passou de 33,9% para 34,5% entre a terceira e a quarta semana de junho, o que o IBGE considera como estabilidade do indicador. Já na comparação com a primeira semana de maio, o instituto aponta recuo da taxa (era de 35,7%).Queda de 6 milhões do número de afastadosA pesquisa mostrou, ainda, que cerca de 10,3 milhões de trabalhadores estavam afastados do trabalho na quarta semana de junho em decorrência do isolamento social. Na primeira semana de maio, esse contingente somava 16,6 milhões de trabalhadores – uma queda de 6 milhões em sete semanas.A coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, ponderou que essa redução não significa, necessariamente, que a flexibilização da quarentena em diversas cidades do país permitiu que os trabalhadores reassumissem seus postos de trabalho.<br/><b>G1</b>