Em desempenho acima do esperado na pandemia, a economia de Santa Catarina registrou retomada de crescimento acima da média nacional nos últimos meses de 2020. O ritmo foi puxado principalmente pela indústria deve ser ampliado no próximo ano. Os dados constam no levantamento da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) divulgado na quarta-feira (9).De acordo com o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, a indústria catarinense liderou a retomada do emprego. As vagas fechadas de março a maio foram recuperadas no período de junho a outubro. No acumulado do ano, até outubro o setor de transformação e a construção civil registram saldo positivo de 33,6 mil vagas.“A resiliência do industrial catarinense e as medidas governamentais permitiram uma recuperação muito mais rápida do que se esperava no início da pandemia”, afirmou Aguiar.Além do desempenho, os dados do Observatório Fiesc mostram o elevado nível de confiança do industrial catarinense que alcançou 66,5 pontos em novembro. A média do país foi 62,9 pontos. Já a maior intenção de investir no estado chegou a 74 pontos em setembro, contra 59,3 pontos da média nacional.IndústriaDos R$ 60,5 bilhões faturados pela economia de Santa Catarina em outubro, 44% veio da indústria. O pior mês para o setor industrial foi o mês de abril, quando faturou R$ 16,3 bilhões, segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda. A partir daí, foi iniciado uma produção acima do esperado, com uma receita bruta de R$ 26,6 bilhões em outubro.SetoresO faturamento é outro indicador que apresenta setores com recuperação, como é o caso de alimentos e bebidas que cresceu (23,4%) de janeiro a outubro na comparação com o acumulado de 2019, conforme dados da Secretaria da Fazenda. No mesmo período, outras atividades registraram expansão, como equipamentos elétricos (17,8%), madeira e móveis (7,3%), celulose e papel (7,9%) e fármacos e equipamentos de saúde (33,6%).Próximo anoPara o ano que vem, o levantamento da Fiesc projeta um crescimento acima da média nacional para a economia catarinense e para a indústria. Segundo a federação, a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) de crescimento de 2,8% da economia brasileira em 2021 é uma estimativa baixa.Um dos fatores que vão ajudar o Estado será o comércio exterior, já que existem boas expectativas de retomada de crescimento econômico nos EUA, Europa e Ásia. No exterior, a principal preocupação é a Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil, que teve queda do PIB acima da média mundial em 2020.Entre as condições que podem frear a retomada da econômica de 2021 está o fim do auxílio emergencial, dúvida sobre altas das taxas de juros, a fragilidade das contas do setor público, que teve que gastar mais na pandemia e a demora para chegada da vacina contra a Covid-19.“Apesar de a indústria caminhar para a recuperação das perdas por conta da pandemia, há desafios no horizonte que exigem cautela para manter o nível de crescimento em 2021, como o controle do endividamento público, o reequilíbrio do fornecimento de insumos, as reformas estruturantes, o fim do auxílio emergencial e a demora para a chegada da vacina”, disse Aguiar.<br/><b>G1</b>
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