A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes subiu 0,4 ponto percentual, para 4,7% ao ano em setembro, informou nesta terça-feira (21) a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento.“Após atingir o menor valor da série no mês anterior, a expectativa de inflação mediana dos consumidores voltou a subir em setembro em todas as faixas de renda. Apesar da estabilidade dos preços de alguns bens e serviços, o aumento persistente dos itens de alimentação no domicílio pode estar influenciando as expectativas principalmente nos consumidores de renda mais baixa", afirma Renata de Mello Franco, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), em comentário no relatório."Para os próximos meses, é possível que a mediana se distancie cada vez mais do mínimo, considerando as constantes revisões nas projeções de mercado e a possibilidade dos preços dos alimentos seguirem pressionados”, acrescentou.Em setembro, 54,4% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação para 2020 (4,0%), 3,1% abaixo do que no mês anterior, enquanto a proporção de consumidores projetando acima do limite superior da meta de inflação para 2020 (5,5%) cresceu 2,5 pontos percentuais (p.p.), de 28,3% para 30,8%, encerrando tendência de queda iniciada em maio de 2020.Segundo o relatório Focus divulgado pelo Banco Central na véspera, os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 1,94% para 1,99%. Foi a sexta alta seguida do indicador. Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3,01% sua previsão de inflação.As expectativas medianas para a inflação nos próximos 12 meses subiram em todas as faixas de renda, mas principalmente para os consumidores de menor poder aquisitivo, mais afetados pelos preços de alimentos no momento, cujas expectativas subiram 0,6 p.p., de 4,9% para 5,5%, a maior variação positiva desde maio de 2018 (0,7 p.p.).A expectativa para a inflação nos próximos 12 meses faz parte da Sondagem do Consumidor da FGV, realizada mensalmente com mais de 2.100 entrevistados em sete capitais do país (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife), em geral, nas três primeiras semanas de cada mês. Aproximadamente 1.600 entrevistados respondem a respeito da expectativa para os preços todos os meses, segundo a instituição. A sondagem da FGV foi realizada entre os dias 1º e 19 de setembro.<br/><b>G1</b>
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