Após um longo período de incertezas devido à fragilidade econômica que o país já vinha enfrentando e agravada com os efeitos da pandemia, empresários brasileiros já começam a traçar um início de 2021 mais otimista e a encontrar soluções diante da crise global.Após dois trimestres consecutivos com indicadores negativos, o índice de intenções de contratação no Brasil para o 1º trimestre de 2021 é de 10%, crescimento de 13 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior e igual ao índice do mesmo período deste ano, antes da pandemia. Os dados são de acordo com a Pesquisa de Expectativa de Emprego do ManpowerGroup.As entrevistas, com 609 empregadores brasileiros, foram realizadas entre os dias 15 e 27 de outubro de 2020.A pesquisa revela ainda que 17% dos empregadores acreditam em um retorno nos níveis de contratação pré-Covid já nos próximos 3 meses. Outros 54% esperam uma retomada no período de até um ano e 23% preveem uma reação no mercado de trabalho entre 4 e 9 meses.Apenas 5% dos entrevistados têm a perspectiva de que os níveis de contratação nunca retomem os índices anteriores à pandemia.Os resultados colocam o Brasil entre os cinco países com os planos de contratação mais sólidos para o 1º trimestre de 2021. No comparativo das Américas, os empregadores brasileiros ficaram atrás apenas dos Estados Unidos.Em comparação com o 4º trimestre de 2020, 32 dos países pesquisados relatam uma melhora nas expectativas de contratação para o período. As intenções mais fortes foram relatadas nos seguintes países:Taiwan (+23%)Estados Unidos (+17%)Singapura (+15%)Austrália (+10%)Brasil (+10%)Por outro lado, apresentam os índices mais fracos os seguintes países:Panamá (-7%)Reino Unido (-6%)Suíça (-4%)Áustria (-2%)Hong Kong (-2%)O ManpowerGroup entrevistou 37.717 empregadores em 43 países.Comparativo por setoresHá previsão de aumento nas contratações em seis dos oito setores pesquisados, com destaque para o Comércio Atacadista e Varejista, com previsão de +15% (crescimento de 29 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior); seguido por Finanças, Seguros &amp; Imobiliário e Indústria, ambos com +13%.O setor com intenções mais fracas é o de Administração Pública &amp; Educação, com indicador de -4%, apesar do crescimento de 3 pontos percentuais no comparativo trimestral. Já Serviços apresenta expectativa de 0%, uma retração de 2 pontos percentuais em relação ao 4º trimestre de 2020 e queda de 17 pontos percentuais em comparação ao 1º trimestre de 2020. Veja abaixo:Comércio Atacadista e Varejista: +15%Indústria: +13%Finanças, Seguros &amp; Imobiliário: +13%Construção: +10%Agricultura, Pesca &amp; Mineração: +9%Transporte &amp; Serviços Públicos: +8%Serviços: 0%Administração Pública &amp; Educação: -4%“Mesmo em um cenário desafiador, com mais de 14 milhões de desempregados e incertezas com relação à retomada das atividades em meio à pandemia, as expectativas para o 1º trimestre de 2021 trazem esperança para um início de ano mais promissor. Além de alcançar os indicadores do período pré-Covid, com crescimento de 13 pontos percentuais em apenas um trimestre, os números foram impulsionados pelo incremento das intenções, principalmente no comércio e na indústria, setores que já dão sinais de recuperação, e também pequenas empresas que, após dois trimestres com expectativa negativa, voltam a projetar contratações”, destaca Nilson Pereira, presidente do ManpowerGroup.Por regiõesO levantamento aponta melhora nas expectativas de contratação em todas as cinco regiões no comparativo trimestral, sendo que empregadores de quatro localidades planejam aumentar o quadro de funcionários no 1º trimestre de 2021.A projeção mais otimista é no Paraná, com expectativa de +19%, crescimento de 15 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 11 pontos percentuais se comparado ao 1º trimestre de 2020, apresentando a perspectiva mais otimista em dois anos.Minas Gerais também se destaca com um índice de +13%, retomando os níveis de contratação pré-pandemia. No estado de São Paulo, a expectativa é de +9%.A previsão mais fraca foi apresentada no estado do Rio de Janeiro, com -5%, apesar de uma recuperação de 6 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, mas um declínio de 10 pontos percentuais se comparado com o 1º trimestre deste ano.Por porte de empresaA pesquisa apresenta aumento nas intenções de contratação em todas as quatro categorias por tamanho de organização. As grandes empresas têm o indicador mais forte, com 21%, incremento de 8 pontos percentuais em relação ao 4º trimestre de 2020.Em seguida, empregadores de médias empresas relatam expectativa de 13%, aumento de 14 pontos percentuais no comparativo trimestral. A maior recuperação foi apresentada nas pequenas organizações, que registram expectativas de 3%, crescimento de 18 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. As microempresas apontaram recuo de 4%, apesar do crescimento de 6 pontos percentuais no comparativo trimestral.“Regionalmente, 57% dos empregadores de três localidades (cidade e estado de São Paulo e Paraná) têm a expectativa de que a retomada ocorra em um ano. No comparativo por setor, a expectativa mais otimista está com o Comércio Atacadista e Varejista, em que 24% dos empresários acreditam que a retomada nas contratações ocorra nos próximos três meses. Por tamanho de organização, a análise indica que 57% das grandes empresas esperam que os níveis de contratação pré-pandemia retomem dentro de um ano, enquanto 23% deles acreditam que isso acontecerá nos próximos três meses”, conclui Pereira.<br/><b>G1</b>